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Arquitetos: David Pedroza Castañeda ; David Pedroza Castañeda
- Área: 750 m²
- Ano: 2013
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Fotografias:Sofia Flores Chapa
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Fabricantes: Cemex, Duelparquet, Sergio Durazo
Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa Nariga está localizada em El Jonuco, uma região com vistas de 360º espetaculares. Este lugar cercado por montanhas lembra vários povoados mexicanos, onde as altas montanhas cercam o vale onde as pessoas viviam. Aqui os colonos coexistem com a flora e fauna típicas do nordeste do México. O terreno é repleto de árvores enormes que representam um sério problema para o projeto: Uma casa que permita a apreciação da vista das montanhas enquanto respeita a vegetação.
A horizontalidade dos cedros que determinam a composição visual fazem inviável uma "floresta de colunas". A única opção possível é que a casa voe e se localize em cota superior a das árvores. Uma ligeira inclinação guarda as copas em 10m acima do acesso, desde onde a "planta nobre" áreas essenciais da casa, livre de barreiras e obstáculos.
Em resposta ao seu entorno, a casa se classifica por zonas e mantém os grupos de cedros que existem no local há décadas. Cada nível corresponde a diferentes condições. Cada planta é diferente das demais.
O edifício está dividido em três prismas. No primeiro estão o estacionamento e as áreas de serviço. Na segunda encontram-se o hall de entrada, o dormitório principal e as comunicações com o nível inferior. No terceiro estão a cozinha e a área social.
A oeste há uma série de terraços que concentram a vida ao ar livre e vislumbram o choque de montanhas, foco de atenção da casa.
O piso térreo serve como base para os terraços do piso principal e contém várias peças "recicláveis", com mobiliário concebido para serem transformados em dormitório para hóspedes.
O porão contém áreas técnicas subterrâneas que liberam a cobertura para um terraço-mirante panorâmico que envolva a paisagem circundante.
Em contraste com sua imagem externa massiva, dentro da casa a transparência converte a paisagem em parte da vida cotidiana. Há diálogo entre os vidros e as grandes paredes, tetos planos e estruturas de madeira tradicionais da arquitetura mexicana.
A combinação de materiais confere ao projeto uma rusticidade atemporal que serve de cenário para objetos de origens muito distintas. Antiguidades coexistem com peças contemporâneas, enquanto os mundos paralelos em pinturas, esculturas e máscaras exigem sua atenção. Os objetos nos dão razões para estar dentro do espaço antes de nossos olhares escaparem para a natureza do outro lado do vidro.
As partes do programa, ordenadas em um jogo de volumes sobrepostos, definem seu aspecto e dão a complexidade que vem de sua simples distribuição. Apoiada pelas enormes janelas que dão a vista e refletem a paisagem; de longe é difícil perceber que, além de um acidente geológico, Narigua é mais uma casa. Sua textura de pedra mimetiza o entorno, enquanto sua forma é contrastante com as montanhas e vales. Como Narigua, a casa é a esculpida em pedra implantada com humildade em um entorno admirável.